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O chamado movimento verde, uma tendência que ganha força no país (e no mundo) pelo crescente interesse das pessoas por um estilo de vida mais saudável e em sua maior preocupação com o planeta, tem impulsionado ainda o desejo de usar ou pelo menos em saber o que são os tais cosméticos produzidos sem que nenhum animal tenha feito parte do processo – do fornecimento da matéria-primeira aos testes. As indústrias capilar, de maquiagem e de estética já estão mais do que comprometidas com o tema. Aqui, uma síntese do que você precisa saber sobre os veganos, porque se um cliente ainda não te procurou com esse intuito, pode acreditar que isso é questão de (pouquissímo) tempo

Como todo assunto que vira moda, o cosmético vegano também é rodeado por fakes news. Há quem jure de pés juntos que esse tipo de produto foi criado apenas para vegetarianos, outros que afirmam que o termo ‘vegano’ indica que na fórmula só entram ingredientes vegetais e nada de sintético e que os animais não têm nada a ver com essa história. Depois dessa enxurrada de mentiras, vamos aos fatos: um cosmético só pode ser classificado como vegano se ele não tiver sido testado em animais nem formulado com ativos de origem animal, isso da queratina encontrada no bico da galinha e na pena do frango até a lanolina secretada pela pele da ovelha ao ácido hialurônico obtido da crista do galo. Tudo porque o produto é inspirado no veganismo, o que, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), trata-se de um estilo de vida que busca excluir, na medida do possível, todas as formas de consumo que envolva exploração e crueldade contra animais.

Diante disso fica mais fácil entender porque um produto vegano pode conter tanto ingredientes naturais (e também ser taxado de natural se 95% de sua composição for obtida de frutas, plantas e flores) quanto ativos sintéticos, inclusive aqueles derivados de petróleo e não biodegradáveis, caso de vaselina, silicone e parabenos. “Por isso é que mesmo que o produto tenha o selo de vegano, é fundamental conferir o rótulo para saber o que há dentro do pote. Afinal, alguns estudos apontam que o parabeno usado a longo prazo pode ter potencial mutagênico, o que poderia aumentar o risco de câncer. Já pensando em quem busca no vegano a solução para uma pele que é sensível ou alérgica, vamos combinar que primeiro é preciso ver se o produto é hipoalergênico e a quais ingredientes essa pessoa tem alergia, o que só pode ser confirmado por exames dermatológicos. Afinal, dependendo do caso, um simples óleo extraído da castanha pode ser nocivo”, alerta a dermatologista Kédima Nassif, com consultórios em São Paulo e Belo Horizonte (MG).

 

Investir ou não

Ainda na linha das fake news, há profissionais que enxergam o uso do cosmético vegano apenas como sinônimo de custo adicional e desnecessário. Cada um sabe o tamanho do passo que pode dar em seu negócio, porém isso não exclui a importância de refletir sobre tendências e maneiras de inovar e se diferenciar da concorrência. Prova disso é que um dos maiores desafios do mercado da beleza – e o seu salão faz parte dele – é pensar de forma plural para anteder às diferentes necessidades e perfis de clientes, que na hora de consumir levam em consideração seus valores pessoais, entre eles seu modo de ver a vida, questões ambientais e responsabilidade social. E, acredite, tudo isso é colocado na balança na hora de eles decidirem ou não ligar para o seu espaço de beleza, agendar um serviço, levar produtos para home care e se fidelizar a você.

Outros três dados que vale ter em mente são que: 1) apesar do cosmético vegano não ser de uso exclusivo de vegetarianos, ele é bastante requisitado por esse público, do qual cerca de 14% dos brasileiros fazem parte, algo em torno de 29 milhões de pessoas, segundo levantamento feito no ano passado pelo Ibope; 2) uma pesquisa de 2017 da Mintel mostrou que 29% da nossa população preferem comprar produtos de empresas com práticas sustentáveis, característica que o cosmético vegano pode atender; 3) que, de acordo com a Kantar Worldpanel de 2018, um em cada dois brasileiros opta por produto de origem natural, também um requisito que pode ser oferecido pelos cosméticos veganos.

 

Por trás do selo cruelty free

Alguns cosméticos usam essa certificação para deixar mais claro para o consumidor que para chegar ao conteúdo do pote não foram feitos testes em animais. Mas isso não significa necessariamente que a fórmula seja livre de ingredientes de origem animal, ok? Sendo assim, um produto com selo de cruelty free pode ser vegano ou não; para tirar a dúvida, só olhando o rótulo ou procurando o selo de vegano.

 

Matéria de Shâmia Salem

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