em Caio Camargo, Colunistas

Ainda não temos a vacina contra a Covid-19 e o mercado está longe de voltar à normalidade. Nada impede, no entanto, que se pense o futuro. Ainda com muitos cuidados e algumas restrições. Mas uma coisa é certa: vai passar. E quando isso ocorrer, larga na frente quem se planejar.

O IFSCC – International Federation of Societies of Cosmetics Chemists realiza esse trabalho desde 1959. Trata-se de uma organização internacional de associações de engenheiros cosméticos com sede em Nova Iorque. Está presente em 74 países e conta com mais de 16 mil membros. Apoia atividades para o aprimoramento da tecnologia cosmética e para o desenvolvimento de produtos seguros e eficientes.

Em 2020, o trigésimo primeiro encontro acabou sendo virtual, em virtude da pandemia. O Grupo Boticário foi a única empresa brasileira representada. Atenta aos novos hábitos dos consumidores em um momento no qual o uso de maquiagem sofreu um abalo, dadas as recomendações de isolamento social, a pesquisadora Milene Padilha, apresentou seus estudos no Congresso. E o olhar neste caso está no futuro do batom, um item que deve ganhar força quando as máscaras não forem mais obrigatórias.

No estudo, a Equipe de Pesquisa em Maquiagem do Grupo Boticário, em parceria com Bruno Golfette, consultor em Data Science, mostraram a preferência das consumidoras além de prever suas necessidades futuras, por meio de tecnologias de inteligência artificial e métodos combinados de “machine learning” para desenvolver as cores de batons mais solicitadas.

Para criar a melhor representação dos batons, dados qualitativos foram utilizados para construir “clusters” de semelhança entre produtos e consumidores. Informações sobre o comportamento dos clientes nas redes sociais, taxa de conversão por canal e avaliação dos produtos online também foram utilizadas.

Os resultados obtidos demonstram as cores dos batons mais usados e que devem compor um portfólio ideal das marcas do Grupo. A partir das informações coletadas na pesquisa será possível desenvolver uma ferramenta que auxiliará no desenvolvimento de novas tonalidades de batons, com texturas e acabamentos diferentes de forma mais acelerada do que antes da crise sanitária.

Neste primeiro momento, a base de dados levou em conta informações de “quem disse, berenice?”, mas a intenção é levar a ferramenta para outras marcas da empresa. Neste caso, com uma base mais ampla, outras análises e novos tipos de produtos poderão serão desenvolvidos.

A partir da combinação de dados obtidos por meio de cálculos matemáticos, que levaram em conta os hábitos das consumidoras, foi possível chegar a tons inexistentes que tendem a ser bem vistos e que servirão como ponto de partida para lançamentos futuros. Com essa modelagem é possível prever também desde as vendas de produtos com novos atributos, por meio de modelos preditivos, até o canal e momento certo para o lançamento deles no mercado.

Caio Camargo

Colunista

Caio Camargo

Caio Camargo é jornalista, especializado em política e economia, Pós-Graduado em Comunicação Comparada na Universidade de Navarra, Espanha. Ao longo de sua carreira foi repórter, editor e âncora dos principais jornais das TVs Globo, Record e Cultura e das Rádios Bandeirantes e Eldorado. Atualmente é consultor de negócios da comunicação e marketing e colunista do setor.

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