em Claudete Carvalho, Colunistas

Segundo a CBO – Classificação Brasileira de Ocupação, o profissional cabeleireiro pertence a categoria de trabalhadores dos serviços de embelezamento e higiene com o número CBO 5161-10. Sendo capacitado a tratar da estética e saúde, e aplicam produtos químicos para ondular, alisar ou colorir os cabelos. Este trabalho tende a requerer profissionais polivalentes capazes de executar diversas tarefas e geralmente trabalham e equipe.

E é as palavras estética e saúde que quero abordar neste texto. Estética é tudo que se refere ao exterior, para ser apreciado como belo. Estética se relaciona com harmonia de formas e cores, sendo muitas vezes traduzido na palavra beleza. Através dos serviços estéticos de coloração, cortes e styling, o cabeleireiro constrói seu portfólio de clientes. Com o tempo e serviços bem executados, o cabeleireiro conquista a fidelidade de clientes e é recompensado financeiramente por isso. Aqueles que fazem uso de redes sociais, divulgam seus trabalhos bem executados e como recompensa ganham milhares de likes e fãs. São atividades que trazem muito retorno tanto financeiro como emocional.

Muito se fala que o mundo mudou com a Covid-19. Alguns ainda esperam a vacina estar disponível para perceber o que ver o que irão fazer no novo contexto. E estes não sabem que o mundo está sempre movimento, não para. O mundo não irá mudar, já mudou!

Ainda que a cura para o Codiv-19 não esteja disponível, os salões vêm retomando suas atividades. Vemos claramente que muitas oportunidades surgiram. Este é o momento de acreditar e ter uma atitude positiva para promover uma mudança de hábitos. É um grande momento para ampliar a relação com a cliente.

Para os cabeleireiros, a parada forçada trouxe oportunidades através do mundo digital. Estão sendo ofertados inúmeros cursos de aperfeiçoamento profissional, e de desenvolvimento pessoal, através de ferramentas on-line, muitos podendo ser assistidos em qualquer horário. Inúmeros profissionais renomados compartilharam suas habilidades em lives gratuitas também.

Com a reabertura dos salões de beleza, vieram novas regras e mudanças nas rotinas. Surge a oportunidade de reinventar o salão, novo layout para proporcionar o distanciamento entre clientes, oferta de novos serviços e validação de protocolos de biossegurança (muitas vezes negligenciados pela correria do atendimento).

Como a cliente sempre vem com o horário pré-agendado, o profissional cabeleireiro tem tempo para preparar o atendimento. E temos os novos serviços: pré-diagnóstico virtual e serviços pré-pagos, são ótimos exemplos.

Percebemos a importância de ter o cadastro atualizado para manter o contato durante todo este período, com envio de informações indo além de beleza, mas cuidados com o bem-estar e saúde também. Oportunizou-se também a venda antecipada de serviços e diagnósticos para que a cliente pudesse cuidar dos seus cabelos em casa, durante o período de fechamento dos salões.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não ausência de enfermidade”. A partir desta definição queremos salientar a importância da palavra saúde dentro dos salões. Sendo o cabeleireiro um profissional que através da estética consegue elevar a autoestima do cliente, já seria suficiente para colocá-lo dentro do segmento de profissionais da saúde e bem-estar. Acontece que ao cuidar das madeixas muitos cabeleireiros trabalham com somente 50% do potencial de cuidados ao cliente, sendo o couro cabeludo ignorado. Um cabelo saudável e bonito reflete um couro cabeludo também saudável. Nesta pandemia muitas afecções e disfunções ocorreram, tais como dermatites, psoríase e até quedas difusas que foram reflexo do stress deste momento.

O profissional cabeleireiro é um profissional da saúde e deve agir como um. Deve ter formação não somente para estilizar e colorir os cabelos, mas também conhecimentos de tricologia, que é a ciência que estuda os cabelos. Deve ter protocolos de biossegurança bem estabelecidos e procedimentos operacionais padrão (Pop). Outro cenário que surge como possibilidade de serviços nos salões de beleza é orientar e tratar o couro oferecendo terapias capilares, usando por exemplo, a aromaterapia que atua de modo integrativo. Claro que se faz necessário investir numa formação e qualificação  específica em Terapia Capilar.

Neste retorno é preciso refletir sobre todo potencial da profissão e não incorrer ao erro de por medo da escassez de clientes, ofertar promoções compulsivamente para buscar número de clientes. O novo momento exige a personalização no atendimento, um olhar amplo sobre todas as possibilidades de cuidar da saúde dos cabelos da cliente.

Claudete Carvalho

Colunista

Claudete Carvalho. Formada em Eng. Química, com pós graduação em Marketing, Gestão Empresarial, Docência Superior, Cosmetologia e Psicologia Positiva. Membro da FIPI – Federação Internacional dos Profissionais de Imagem. Atua à 25 anos no mercado da beleza com atuação em Industria, Salão de Beleza, Educação e Consultoria. Professora Universitária e de cursos de Visagismo pela Ecole Superiere de Relooking. Consultora de projetos educacionais para salões e Estéticas pela To.Be.Consultoria

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