Segundo a CBO – Classificação Brasileira de Ocupação, o profissional cabeleireiro pertence a categoria de trabalhadores dos serviços de embelezamento e higiene com o número CBO 5161-10. Sendo capacitado a tratar da estética e saúde, e aplicam produtos químicos para ondular, alisar ou colorir os cabelos. Este trabalho tende a requerer profissionais polivalentes capazes de executar diversas tarefas e geralmente trabalham e equipe.
E é as palavras estética e saúde que quero abordar neste texto. Estética é tudo que se refere ao exterior, para ser apreciado como belo. Estética se relaciona com harmonia de formas e cores, sendo muitas vezes traduzido na palavra beleza. Através dos serviços estéticos de coloração, cortes e styling, o cabeleireiro constrói seu portfólio de clientes. Com o tempo e serviços bem executados, o cabeleireiro conquista a fidelidade de clientes e é recompensado financeiramente por isso. Aqueles que fazem uso de redes sociais, divulgam seus trabalhos bem executados e como recompensa ganham milhares de likes e fãs. São atividades que trazem muito retorno tanto financeiro como emocional.
Muito se fala que o mundo mudou com a Covid-19. Alguns ainda esperam a vacina estar disponível para perceber o que ver o que irão fazer no novo contexto. E estes não sabem que o mundo está sempre movimento, não para. O mundo não irá mudar, já mudou!
Ainda que a cura para o Codiv-19 não esteja disponível, os salões vêm retomando suas atividades. Vemos claramente que muitas oportunidades surgiram. Este é o momento de acreditar e ter uma atitude positiva para promover uma mudança de hábitos. É um grande momento para ampliar a relação com a cliente.
Para os cabeleireiros, a parada forçada trouxe oportunidades através do mundo digital. Estão sendo ofertados inúmeros cursos de aperfeiçoamento profissional, e de desenvolvimento pessoal, através de ferramentas on-line, muitos podendo ser assistidos em qualquer horário. Inúmeros profissionais renomados compartilharam suas habilidades em lives gratuitas também.
Com a reabertura dos salões de beleza, vieram novas regras e mudanças nas rotinas. Surge a oportunidade de reinventar o salão, novo layout para proporcionar o distanciamento entre clientes, oferta de novos serviços e validação de protocolos de biossegurança (muitas vezes negligenciados pela correria do atendimento).
Como a cliente sempre vem com o horário pré-agendado, o profissional cabeleireiro tem tempo para preparar o atendimento. E temos os novos serviços: pré-diagnóstico virtual e serviços pré-pagos, são ótimos exemplos.
Percebemos a importância de ter o cadastro atualizado para manter o contato durante todo este período, com envio de informações indo além de beleza, mas cuidados com o bem-estar e saúde também. Oportunizou-se também a venda antecipada de serviços e diagnósticos para que a cliente pudesse cuidar dos seus cabelos em casa, durante o período de fechamento dos salões.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não ausência de enfermidade”. A partir desta definição queremos salientar a importância da palavra saúde dentro dos salões. Sendo o cabeleireiro um profissional que através da estética consegue elevar a autoestima do cliente, já seria suficiente para colocá-lo dentro do segmento de profissionais da saúde e bem-estar. Acontece que ao cuidar das madeixas muitos cabeleireiros trabalham com somente 50% do potencial de cuidados ao cliente, sendo o couro cabeludo ignorado. Um cabelo saudável e bonito reflete um couro cabeludo também saudável. Nesta pandemia muitas afecções e disfunções ocorreram, tais como dermatites, psoríase e até quedas difusas que foram reflexo do stress deste momento.
O profissional cabeleireiro é um profissional da saúde e deve agir como um. Deve ter formação não somente para estilizar e colorir os cabelos, mas também conhecimentos de tricologia, que é a ciência que estuda os cabelos. Deve ter protocolos de biossegurança bem estabelecidos e procedimentos operacionais padrão (Pop). Outro cenário que surge como possibilidade de serviços nos salões de beleza é orientar e tratar o couro oferecendo terapias capilares, usando por exemplo, a aromaterapia que atua de modo integrativo. Claro que se faz necessário investir numa formação e qualificação específica em Terapia Capilar.
Neste retorno é preciso refletir sobre todo potencial da profissão e não incorrer ao erro de por medo da escassez de clientes, ofertar promoções compulsivamente para buscar número de clientes. O novo momento exige a personalização no atendimento, um olhar amplo sobre todas as possibilidades de cuidar da saúde dos cabelos da cliente.
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Claudete Carvalho
Colunista
Claudete Carvalho. Formada em Eng. Química, com pós graduação em Marketing, Gestão Empresarial, Docência Superior, Cosmetologia e Psicologia Positiva. Membro da FIPI – Federação Internacional dos Profissionais de Imagem. Atua à 25 anos no mercado da beleza com atuação em Industria, Salão de Beleza, Educação e Consultoria. Professora Universitária e de cursos de Visagismo pela Ecole Superiere de Relooking. Consultora de projetos educacionais para salões e Estéticas pela To.Be.Consultoria