em Claudete Carvalho, Colunistas

Hoje é muito difícil imaginar um salão de beleza sem o serviço de coloração, pois a mudar a cor dos cabelos faz parte dos desejos de muitas mulheres, e homens também. Nestas últimas duas décadas muita coisa mudou, e colorir os cabelos passou a ser uma preocupação maior do que apenas cobrir os brancos. As transformações capilares transformaram-se em um acessório de beleza e autoestima. Não foi apenas os produtos que mudaram trazendo mais segurança, qualidade e inúmeras opções de cores. Houve também uma importante mudança de comportamento do consumidor que transformou a escolha das cores (e cortes de cabelo) como uma forma democrática de expressão de comportamento.  A beleza dos cabelos coloridos é acessível a todos. Há poucos anos poucas mulheres coloriam, normalmente para cobrir os indesejados fios brancos, e hoje é raro encontrar alguém que nunca coloriu os cabelos.

Até o início dos anos 2000 a escolha da cor era por conta do cabeleireiro, ou para reproduzir a cor da coleção da estação criada pela famosa marca de cosméticos. Somente cabeleireiros afortunados cruzavam o mar para visitar academias francesas e trazer as tendências para suas clientes, e estas usavam a cor independente do seu estilo, do corte ou da sua temperatura da pele. As novelas e programas de tv também inspiraram muitas escolhas de cor quando a atriz protagonista usava uma cor que chamava a atenção. As mulheres sonhavam ir ao salão para copiar os cabelos das atrizes de televisão.

Nos últimos anos muita coisa mudou, as empresas de cosméticos desenvolvem produtos com extrema qualidade, maior fixação da cor e mínimo dano ao fio. Isso, sem contar com o incremento de nuances que chegam a quase uma centena de possibilidades. As clientes não seguem mais as cartelas da estação do ano ou copiam o cabelo das estrelas da tv. O que não mudou foi a confiança que a cliente tem no seu cabeleireiro, como consultor e hábil executor das mais variadas técnicas.

Com tantas opções e inspirações como as clientes escolhem as cores que irão usar é um desafio e tanto para todo salão de beleza. Colorir os fios não é supérfluo, pois influencia na comunicação da imagem pessoal, e a cliente já sabe disso. As mulheres querem personalização da cor, dentro de um estilo contemporâneo, mas que valorizem seu rosto.

E por esta demanda de mercado, surge como indispensável a formação de cabeleireiros visagistas e do surgimento de consultores de imagem para trabalhar em parceria com os salões de beleza. O desejo que prevalece é ter uma cor que valoriza, que harmoniza com a temperatura de pele, que esteja dentro da cartela de coloração pessoal, e que combine com o estilo de vestir, e o estilo de vida. Isso exige muito mais que conhecimento de técnicas de serviços e conhecimento de fundo de clareamento.

Ser colorista hoje significa ser um profissional visagista, que entenda de linguagem visual e colorimetria, que saiba realizar testes de coloração pessoal, que analise características naturais como o contraste natural, e que disponha de tempo para conversar com a cliente (uma boa opção é realizar um pré-diagnóstico virtual antes da visita dela ao salão). Já não basta mostrar a cartela de cores ou repetir a imagem da cor que ela trouxe como referência. Todos estes novos conhecimentos são um desafio incrível e prazeroso, e permitem a personalização da cor e satisfação plena da cliente. Saber regras e princípios é fundamental, mas sempre é bom lembrar que o melhor visual é aquele que deixa a cliente feliz.

Realizar o serviço de coloração exige planejamento, sem dispensar técnica e conhecimento. Minha dica é que a experiência da consultoria de cor deva fazer parte dos protocolos dos cabeleireiros.

Claudete Carvalho

Colunista

Claudete Carvalho. Formada em Eng. Química, com pós graduação em Marketing, Gestão Empresarial, Docência Superior, Cosmetologia e Psicologia Positiva. Membro da FIPI – Federação Internacional dos Profissionais de Imagem. Atua à 25 anos no mercado da beleza com atuação em Industria, Salão de Beleza, Educação e Consultoria. Professora Universitária e de cursos de Visagismo pela Ecole Superiere de Relooking. Consultora de projetos educacionais para salões e Estéticas pela To.Be.Consultoria

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