em Colunistas, Fabiola Freitas

Há alguns – muitos – bons anos, no governo de Juscelino Kubitschek, o slogan era “50 anos em 5” e significava a promessa de desenvolvimento do Brasil em pouco tempo. Mesmo quem nasceu muitos anos depois, como eu, consegue fazer uma analogia com os dias atuais em que, por conta da pandemia, vivemos uma transformação – em vários sentidos – de anos em questão de meses.

Na área de beleza, as indústrias já usam tecnologias avançadas e fazem grandes inovações há bastante tempo. E na área de educação, o período de quarentena possibilitou deixar a zona de conforto de lado – mesmo que obrigatoriamente – para a criação de plataformas, novas experiências e serviços que permitissem o compartilhamento de informações e técnicas. Muitas delas, de forma gratuita (por meio de lives ou reuniões via Zoom, por exemplo) ou a preços bastante acessíveis.

Com 134 milhões de pessoas conectadas à Internet no Brasil, o que significa 74% da população do País online, aproveitar esse momento para criar oportunidades e massificar o conhecimento não é benefício só de quem recebe, mas também de quem oferece. Significa dar um novo reflexo, positivo aliás, para o período de pandemia.

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Excelência em Varejo da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas constatou que a educação e treinamento a distância irão superar em número de alunos os modelos presenciais de ensino e treinamento (52,8% nos próximos 3 anos), o que reforça que a oportunidade não é algo que amanhã não fará mais sentido. O que antes era visto como uma alternativa “para preencher o tempo livre”, se confirma como uma chance de aprendizado ou especialização para a vida.

Outro ponto que fortalece isso é que o modelo híbrido de ensino – e, muito embora as pesquisas abordem o ensino tradicional e de especialização e não a área de beleza em específico – será uma aposta cada vez maior. Ou seja, está na hora de enxergar, no copo pela metade, o meio cheio e não o meio vazio.

Empresas que já tinham a educação como premissa e ações online, como L’Oréal e Wella, reforçaram a presença na web para oferecer conhecimento; outras, como a Beauty Fair, que já tinham força no presencial, se reinventaram, criando novos projetos para manter sua contribuição com o mercado. Isso sem falar nos inúmeros profissionais de beleza, dos mais conceituados na área até os menos conhecidos, que aproveitaram o momento para compartilhar o que sabiam, auxiliando assim pessoas de todas as partes do Brasil.

De um lado, vivemos o que eu acredito ser a revolução digital, que já começa a chegar para mais empresas/pessoas. Do outro, a evolução, que ainda está longe de ser a ideal, mas que caminha a passos – mesmo que – lentos e que resulta, na maioria das vezes, na transformação da vida de muitas pessoas, principalmente daquelas com menos condições. Há muito o que se fazer e o que vivemos está longe de ser bom, mas há caminhos sendo trilhados. Eu vejo o copo meio cheio e a chance de uma (r)evolução ainda maior na área da beleza. E você?

Fabiola Freitas

Colunista

Fabíola de Freitas é jornalista especializada em beleza. Já passou por assessorias de imprensa, revistas customizadas de moda e beleza voltada para o consumidor final e, há 7 anos, se dedica à criação de conteúdo voltado para o segmento de beleza profissional.

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