em Colunistas, Fabiana Gondim

Salão de beleza tem em toda esquina. Mas, salão de beleza consciente são poucos. Porém, não vejo outro caminho a não ser a evolução de um salão convencional para um salão cada vez mais consciente. Em um salão consciente, todos participam, de coração, contribuindo para aumentar o faturamento, diminuindo o estresse do dia a dia e criando diferenciais para que o salão de beleza se torne cada dia melhor para todos.

Para muitos donos, sair por um minuto que seja do salão é dor de cabeça na certa, concorda? Basta sair um pouquinho que, quando voltar, já sabe, tem sempre reclamações das clientes, que dizem que a empresa só anda quando o dono está presente. Mas, tem mais gente que reclama, você advinha de onde vem essas outras reclamações?  Isso mesmo, vêm de sua própria equipe, a qual, muitas vezes, não sabe atender aquela cliente como ela gostaria de ser atendida, mas que não admite ou não assume e transfere a responsabilidade para a recepção ou até mesmo para o dono.

A vida de um dono de salão, podemos dizer, muitas vezes parece mais a de um bombeiro apagando incêndios todos os dias.  Ser do ramo de serviços é complicado, ser do segmento de saúde e de beleza (nova vertente dos salões) ainda mais. Tudo é muito empírico, ou seja, aprende-se fazendo em meio ao tumultuado movimento, verdadeiros furacões. É necessário criar uma estrutura perene, pensada, de forma consciente, para evitar ou pelo menos se preparar para enfrentar turbulências inerentes ao negócio. Só com verdadeiros diferenciais, investindo em treinamento e atendimento, é possível tomar uma vacina eficaz contra as crises.

Já parou para pensar como é grande a responsabilidade de ter um negócio? Gerar vários empregos diretos e indiretos, cuidar do meio ambiente, da satisfação das clientes, dos detalhes operacionais, aspectos legais e ainda se manter vivo e feliz. Não dá mais para ser omisso com toda essa responsabilidade. É preciso evoluir, mas pelos motivos certos. Não por causa do jogo de cintura, mas, sim, pela competência de uma excelente gestão do negócio.

E gestão, tão deixada de lado, possui cada vez mais importância para o salão de beleza ter um futuro ba- cana. Pouco se fala, por exemplo, em formação de preço, custos, depreciação, processos, padronização, desperdício e sustentabilidade com a implantação de algum sistema como o Método HairSIZE. Outro tema muito interessante e necessário é como a maioria das equipes é comissionada e como, em raras exceções, elas não são movidas por metas, muito pelo contrário, falar em meta é um sacrilégio. É muito importante se movimentar para transformar sua equipe em empreendedores permanentes e líderes de suas próprias carreiras.

Nessa era, que mais parece o fim dos tempos, vem a pergunta: como ser gestor de uma empresa e não ter essas palavras no vocabulário? Só a habilidade artística não é mais o bastante para que uma empresa do ramo da beleza seja perene. São muitos salões no País, quase um em cada esquina, mas poucos são tocados como verdadeiras empresas, com foco da cliente e na melhoria dos resultados financeiros. Em um salão de beleza consciente devemos unir “gente” e “operação”, como nunca antes.

O salão consciente é aquele que entende seu compromisso social entre as partes envolvidas no processo:

O dono
Que sabe agir como empresário, administrando bem seus custos, criando processos que garantam um bom controle, evitando desperdícios, aumentando a rentabilidade.

A equipe
Que faz feliz e de forma integrada o que tem que ser feito, mesmo quando não tem ninguém olhando e/ou mandando! Gente que gosta de gente, que tem orgulho da profissão que escolheu e do seu salão, sem estrelismos e com muita competência, ajudando nos processos definidos para garantir a melhor experiência para as clientes, sempre!

A cliente
Que se sente super tranquila por perceber o cuidado com os processos, que tem mais garantias de qualidade, cabelos mais saudáveis, justiça nos orçamentos e os resultados esperados! Isso tudo com muito carinho, calor humano e competência.

O meio ambiente
Que vai sofrer menos, devido a uma melhor aplicação dos produtos feita através de um processo simples de controle dos desperdícios. Um dono de salão de beleza consciente deve saber quais os resíduos gerados em cada serviço e, o que é melhor, saber o destino certo desses resíduos, pois os recursos naturais são finitos.

O salão de beleza consciente tem como meta transformar cada profissional em um gestor ambiental. Com essa nova mentalidade, esse profissional vai zelar pelo Planeta. E, por que não, pela sua empresa também. Aí está a chave do sucesso.

 A comunidade
Com o meio ambiente mais protegido, com empresários mais felizes e com salões de beleza mais rentáveis que recolhem corretamente seus impostos, reinvestem na empresa e na qualidade dos serviços e ainda profissionais mais conscientes, a comunidade agradece.

 

Falo isso e várias outras coisas no livro “Como ter um salão de Beleza e ainda ser feliz”. Deixando bem claro que felicidade é subjetivo, como luxo também. Nos dias de hoje, para mim, luxo é ir ao supermercado de roupa de ginástica as três horas da tarde, em plena quinta-feira ou viajar com a cabeça focada no roteiro turístico. Esse ano devido a pandemia está sendo um ano desafiador, mas com gestão e empatia vamos atravessar confiantes.

Fabiana Gondim

Colunista

Idealizadora do Método HairSIZE – Escreveu o livro Como Ter Um Salão de Beleza e Ainda Ser Feliz; MBA em Gestão Ambiental Empresarial; Integrou o Comitê ABNT do normas técnicas para salão; Consultora conteudista para Sebrae Nacional Cartilha Negócios de beleza em tempos de COVID-19: Orientações para retomada segura.

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