em Colunistas, Elderci Garcia

O segmento de salões de beleza tem papel relevante e consolidado sendo um dos segmentos da economia com maior número de microempreendedores e autônomos do Brasil. Atualmente conta com quase um milhão de microempreendedores formalizados, gera postos de trabalho e renda para uma parcela significativa e relevante da população brasileira.

Os Salões de beleza já conseguiram uma vitória histórica, agora ameaçada, quando foi reconhecida a primazia da realidade da parceria profissional e foi aprovada a Lei Salão Parceiro.  Foi um dos pioneiros a lançar um conjunto de normas técnicas pela ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. Normas que tratam de Terminologia, Boas Práticas e Competências para os profissionais de beleza.

O segmento ainda enfrenta dificuldades estruturais como a implementação da lei salão parceiro, a qualificação de mão de obra, a mudança de postura e cultura do profissional aliada a alta rotatividade que fragiliza as parcerias, a modernização dos negócios, os gaps tecnológicos, melhoria de gestão e acesso ao crédito.

Muitos aprendizados foram obtidos nesta jornada e um dos maiores aprendizados foi que quando este setor é imbuído de um propósito e motivado pelo instinto de sobrevivência, ele consegue passar por cima de suas dificuldades estruturais quer seja de falta de conhecimento, quer seja de diferenças de opiniões, ou mesmo de vaidades,  e de uma maneira muito peculiar ativa ele se une e se articula.

Nesta história de luta e construção Os Salões de beleza tem: a Associação Brasileira de Salões de Beleza, um sindicato de atuação nacional. o Probeleza, além de inúmeros outros pelo Brasil.   Conta com Entidades reconhecidas internacionalmente como a Intercoiffure Brasil e a HCF-Haute Coiffure Française Brasil.  Possui uma Frente Parlamentar que lhe representa: A Frente Parlamentar de Beleza e Bem estar.   O segmento conta com duas das maiores feiras setoriais da América latina: Beauty fair e Hair Brasil.  Possui revistas segmentadas de altíssima qualidade como a HM, tem o Canal BBN e seus Grupos e Fóruns de Gestores. Possui inúmeras academias e escolas profissionalizantes, além do Senac. Importante lembrar que o setor pôde contar em toda essa sua trajetória com um grande apoiador, que faz que faz toda a diferença, que é o Sebrae, através da sua coordenação nacional.

O Sebrae recentemente fez o Guia prático para salão de beleza em tempos de covid-19, que tem sido amplamente adotado e recomendado, sendo mais um exemplo de boas práticas para o segmento.

O setor de beleza quer fazer direito, quer que todos sobrevivam com dignidade e respeito pela vida humana.  Sabe que as ações de enfrentamento dos efeitos da pandemia nos negócios de beleza serão melhores e mais eficientes se forem ações setoriais, aplicadas de maneira coletiva.  Sabe que se um único estabelecimento não adotar as boas práticas e medidas sanitárias adequadas todos serão afetados e que cada negócio que fecha tem um efeito dominó sobre os outros.

Neste momento de pandemia, de vulnerabilidade, incertezas e complexidade, o fortalecimento, a união do segmento de salões de beleza, a adoção de boas práticas de trabalho, a transformação digital e a reinvenção dos modelos de negócios despontam novamente como fatores cruciais para a sobrevivência dos negócios.

Elderci Garcia

Colunista

Elderci Garcia é Engenheira pela UNIFEI, pós-graduada pela FGV e FAAP, com MBA em pela ASU – Arkansas State University. Atua como consultora credenciada do Sebrae Nacional, Curadora do Seminário de Gestão da Beauty fair e docente dos cursos de administração de salões de beleza e Biossegurança no Senasc SP e como tutora em cursos de Maura de Albanesi.

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