Na minha última coluna, abordei alguns dos comportamentos padrões das mulheres que se enquadram na exagerada cúpula de uma sociedade apaixonada pela forma que os procedimentos estéticos se inovam a cada dia.
Desta vez eu quero trazer a maquiagem como ponto principal. Você já parou para pensar os motivos que te fazem usar ? Ou os que te levam a usar constantemente? O porquê de ter tantas cores, marcas e opções? Eu já!
Li sobre uma pesquisa realizada através de entrevistas online em junho de 2020 pela Picodi (site de base dos códigos e cupons de descontos no Brasil), que a mulher brasileira gasta em média 1.530 reais em maquiagem e cosméticos todo ano.
É normal que, na passagem de menina para mulher (não me entendam mal, mas escrevo isto em homenagem ao público feminino), cobra-se um excesso de vaidade supervalorizada, onde muitas vezes é estimulada pela própria família e pelo mercado de bens e produtos de moda com ampla divulgação na mídia impressa, televisiva e virtual. O cotidiano das meninas vem sendo marcado por práticas de embelezamentodo e corpo com vistas à conquista da beleza. E o produto, perdendo seu real sentido de melhorar, não esconder.
Alguns anos atrás comecei a me perguntar quais os motivos que me levavam a querer tanto usar maquiagem e não ser vista sem ela. E eu descobri: agradar aos outros. Toda forma de se sentir bem consigo mesma é válida, principalmente em momentos em que nós nos sentimos vulneráveis a pessoas e nós mesmos. E é neste momento que cresce a vontade de mudar, renovar e talvez se adaptar há algo que não te conforte, mas complete, porque é exatamente isso que é ensinado.
Facilmente entendível, agora, a vaidade, que é definida como a alegria de sentir-se superior aos outros e a infelicidade de sentir-se inferior aos outros. Mas para estar superior aos outros, você tenta alcança-lo, atrás da perfeição. Da pele perfeita. Todo esse meu entendimento fez com que eu questionasse o lado positivo da maquiagem, sendo que nós, mulheres, deveriamos nos aceitar naturalmente como somos.
Então, numa conversa informal com o famoso hairstylist e makeup artist do mundo da moda, Max Weber, descobri que desde sempre a maquiagem esteve com ele, o que o fez se aperfeiçoar e hoje passar suas próprias técnicas para outras pessoas, mesmo concordando que muitas vezes as mulheres ultrapassam os limites:”usam e abusam. É uma delicia se sentir linda, a alquimia é magia e quando acrescentamos produtos as nossas dimensões acontece a transmutação. Criamos, recriamos e nos aceitamos a cada minuto. O poder de compra está na tua mão. O poder está nas nossas mãos. Quanto mais nos conhecermos menos dependemos da aceitação do outro. O auto-conhecimento aliado a técnicas e produtos de maquiagem multiplicam o seu poder pessoal”. É…e eu entendi que a maquiagem poderia ser benéfica se usada de uma forma sáudavel. Coisa que Weber acredita ser.
E a Gabriela Medeiros também, uma pessoa da qual admiro muito e hoje, como Max, usa sua história de vida para tentar mostrar para as pessoas, através de suas redes sociais, como a maquiagem pode ser saudável quando você entende a forma de usa-lá. A Gabi é bacharel em direito mas descobriu sua nova paixão em ser, talvez, uma digital influencer, por ter vitiligo. Desde a infância ela sofreu com preconceito e dificuldade para ser aceita pela sociedade. E consequentemente por ela mesma.
Além disso, foi escrava da maquiagem por um tempo, mas isso não fazia com que ela se sentisse bem:” A maquiagem pra mim é empoderamento e eu sempre gostei muito. Sempre foi uma das minhas melhores amigas. Quando o vitiligo aumentou na adolescência, eu acabei virando refém dela, mas ainda assim fazia com que eu me sentisse bonita. Hoje em dia eu faço completa, uso rímel, base, batom vermelho e pó quase todos os dias. Meu vitiligo é na região dos olhos e eu não cubro ele. E com certeza se me falassem que tem uma cura, eu não iria querer porque para mim essas manchininhas são importantes e mostram a minha força. São marcas de superação que eu aprendi a amar. Hoje eu me aceito por completa e o vitiligo só acrescenta valor a minha personalidade. E eu uso maquiagem só para agregar mais beleza”.
E com essas duas histórias seguidas de uma positiva e saudável critica, de novo, ao exagero relacionado a beleza, eu deixo aqui meu questionamento: pra você, a maquiagem é parar agregar beleza ou uma mascára?
Um beijo e até a próxima. Quem sabe lá vocês não me contam!!!
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Carolina Martins
Colunista
Carolina Martins
Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo, Carolina possui oito anos de mercado, foi desde suas primeiras experiências, responsável pela comunicação interna e externa das organizações que trabalhou. Atualmente, é CEO na MD Assessoria de Comunicação.