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Nossa redação escolheu aderir o famoso TBT para recordar das nossas mulheres vitoriosas do mundo da beleza e vamos publicar todas as quintas feiras  as matérias BEAUTY POWERFULL WOMEN e para começar  ela que foi a primeira a estreiar esta matéria  Monica Casado.

Monica Casado – Crescimento sem fronteiras

Num perfeito exemplo do poderio feminino em um ambiente em que os grandes nomes são masculinos e se concentram no eixo Rio-São Paulo, essa cabeleireira nordestina fundou um império de seis salões Fios, um deles em Miami, se especializou nas principais academias do mundo, fez um livro com três de suas maiores paixões (penteados, noivas e viagens) e comprovou ter veia empreendedora ao não quebrar com a crise financeira. Aqui, ela conta sua inspiradora trajetória de sucesso e a preparação para uma vida e carreira internacionais

 

Permita que seu salão ande sem você Ser um empreendedor controlador pode minar sua vida pessoal e limitar o crescimento do seu negócio. Afinal, é impossível ver tudo sozinho; alguma coisa vai acabar passando e você pode quebrar por essa falta de atenção. Foi pensando nisso, e também em colocar em prática o projeto de me dividir entre Maceió e Miami, onde quero atender, dar e fazer cursos, além de curtir meus netos, que montei uma equipe especializada e de confiança para me auxiliar na administração, na contabilidade e na gerência do salão. Para quem diz que manter todo esse pessoal é um gasto desnecessário, respondo que nem só de bons cabeleireiros se faz um salão de sucesso.

 

 

Transforme seu nome em marca O jeito mais fácil, rápido e barato de fazer isso é usando as mídias sociais. Mas é importante não se limitar a elas e encontrar outros canais para divulgar seu trabalho. Já tive um quadro fixo de beleza num programa de tevê, estou sempre dando entrevistas e participando de reportagens e eventos, aonde levo meu livro Noivas pelo mundo para vender, divulgar meu trabalho com penteados e falar das especializações que fiz em países como Paris, Alemanha, Estados Unidos e China.

 

Valorize seus colaboradores Nada mais ultrapassado do que pensar que só o dono do salão gosta de ganhar dinheiro. Por isso me preocupo tanto com o plano de carreira. Tanto que na equipe tem gente que está comigo há mais de 20 anos, outros tantos que entraram com assistentes se especializaram e estão super bem financeiramente e ainda há os que são tão confiáveis e competentes que viraram parceiros na gerência de outras unidades.

 

Não tenha dó de cortar na própria carne Amo a parte educacional da profissão, tanto que mantive uma escola profissionalizante por cerca de seis anos. Mas, quando o prazer de ensinar deu lugar à dor de cabeça provocada pela alta inadimplência, não pensei duas vezes para fechar as portas e mudar meu sonho de endereço, criando um centro técnico dentro do próprio salão para fazer parceria com empresas de beleza e reciclagem e especialização com a minha equipe. Assim, continuo trocando conhecimento, mas sem correr o risco de me endividar.

 

Aposte pesado nas noivas Se durante a semana o que garante nosso faturamento são os trabalhos de corte, coloração e manicure, no fim de semana o que levanta o caixa são os eventos, sendo o casamento o principal deles. Por isso é que ao invés de me limitar a fazer o básico teste de cabelo e make da noiva e mimá-la no dia D, contratei uma gerente comercial para trabalhar exclusivamente com esse público. Essa pessoa é responsável por toda a logística de atendimento, orçamento e equipe, para garantir a qualidade do serviço e que nenhuma cliente fique sem agenda, já que cada noiva bem recepcionada costuma trazer até 30 convidados, entre mãe, sogra, madrinhas e amigas.

 

Revisite com frequência a matemática do salão Senti muita necessidade de fazer isso quando a agenda anual de clientes fixos, que vinham ao salão três vezes por semana, começou a ter horários vagos. Reflexo da crise, em que as pessoas não deixaram de se cuidar, porém, passaram a fazer isso com bem menos frequência. Então, contratei um especialista, que passou um pente fino nos custos dos serviços oferecidos, nas despesas do salão e também na equipe. Nessa, cortamos quase 30% da folha de pagamento. Não foi fácil fazer isso, porque ao perder profissionais, você também perde faturamento. Mas, para fazer isso da maneira mais correta e responsável possível, contratei uma psicóloga e uma especialista em recursos humanos para me ajudar a analisar cada colaborador em separado. E foi assim que descobrimos que muitos estavam estagnados na carreira, no faturamento e na conquista de novos clientes. Com os que ficaram, fizemos uma reunião para que todos atuassem de maneira ainda mais colaborativa, já que num salão grande você acaba tendo custos grandes com profissionais específicos para certas atividades, como varrer os cabelos do chão, fazer café, cuidar das toalhas… Todos estão colaborando.

 

Pense em novas formas de ganhar dinheiro E tente não atrelar a isso a necessidade de fazer investimentos financeiros. Foi partindo dessa premissa que eu e minha filha concluímos que a melhor maneira de rentabilizar o que a gente tem de mais precioso, que é o nosso nome, o que inclui a nossa expertise, a reconhecida qualidade em serviços e a administração de sucesso, era abrir o Fios para franquias. Estamos bastante otimistas com as perspectivas de crescimento e de interessados.

 

“Se eu não tivesse uma boa equipe me dando suporte na área administrativa e financeira, estaria no vermelho há muito tempo. Afinal, não dá para ser um bom cabeleireiro e, ao mesmo tempo, administrar com maestria. Só com esse tipo de ajuda especializada a gente consegue encontrar maneiras de reduzir custos sem prejudicar o andamento do salão, como aconteceu ao concluir que que compensava manter uma lavanderia própria no salão grande de rua e investir em toalhas descartáveis na unidade do shopping”

 

Mônica Casado, cabeleireira há 34 anos, fundadora da rede Fios, com cinco unidades em Maceió (AL) e uma em Miami (EUA)

 

A raiz do Fios

“Estava grávida da minha filha, Monique, quando fiz meu primeiro curso de cabeleireiro, isso 34 anos atrás”, lembra Mônica Casado, que abriu o primeiro salão no interior de Maceió (AL) e em 1995 mudou para a capital. “Foi aí que tudo aconteceu, e rápido, pois quando me dei conta viramos uma rede com seis unidades do Fios, numa expansão que tinha como foco atender os mais diferentes públicos”, conta ela. O maior salão tem 1.500 metros quadrados e ocupa quase metade de um quarteirão do refinado bairro Ponta Verde; a filial do Maceió Shopping é o mais procurado por turistas; a do Parque Shopping Maceió é a mais elitizada e, por isso, permite alguns preços diferenciados; a do litoral de Milagres fica no novo point de festas e destinos de casais em lua-de-mel; a de Miami foi inaugurada no ano passado e é administrada pela filha e o genro, Samuel; e a mais nova de todas fica em Arapiraca, que é a segunda maior cidade de Alagoas depois da capital.

 

Entrevista HM 16 – Setembro de 2018 por Shamia Salem

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